1968 – É PROIBIDO PROIBIR
As grandes manifestações de rua em París, Pequim e Nova York marcaram o ano de 1968. Em todas as capitais houve também protestos com expressiva repercussão. Entretanto não há um consenso sobre as causas, a partir de que o comportamento da massa não indicava nenhuma manipulação centralizada e não havia reivindicações objetivas. Muitas pichações foram feitas, dentre as quais destacamos, para uma análise aprofundada, a fixada nos muros da Universidade de Sorbone: “Défense d`interdire! (É PROIBIDO PROIBIR).
O evento se situa há 29 anos da invasão da Polônia (1-IX-1939) pela Alemanha de Hitler, dando início a II Guerra Mundial.
As gerações emergentes após o conflito já não se recordavam daquele período de terror generalizado, envolvendo as três civilizações que restaram do longínquo passado da história universal.
Após a guerra, as pessoas, as famílias e os estados estavam todos contidos, chocados, traumatizados, impondo aos seus filhos uma situação “coercitiva” de autoritarismo. Então, era necessário gritar. Gritar em qualquer direção. Se opor a qualquer insinuação de disciplina. Era “proibido proibir” porque não havia consciência de nenhuma organização social ideal para ser implantada. Não se tratava de falta de comida, de desemprego, de miséria, de país invadindo outro.
O Estado, ainda fixo nas necessidades da grande guerra, entendeu tudo como pura desordem, vandalismo, anarquia e procurou reprimir as manifestações como se fosses extensão daqueles dias negros. Nem a experiência política de Mao Tse-Tung (26-XII-1893/ 9-IX-1976) e Charles de Gaulle foi suficiente para dar o devido direcionamento às manifestações nos seus respectivos países.
No Brasil o Ato Institucional nº 5 impunha mais disciplina na contra-mão da evolução. Sem ter a mesma conotação dos movimentos sociais mundiais em ordem, a massa que se levanta no Brasil sabe a razão porque gritar: liberdade para conter o regime ditatorial em consolidação.
Se existe alguma “mão invisível”, em 1968 ela mais uma vez esteve presente para exaltar a liberdade mesmo que confusa da juventude e como indicativo do caminho que a humanidade deve seguir através dos poderes despertos na Revolução Francesa.
sábado, 14 de junho de 2008
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